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Teoria do Comportamento Organizacional: Como a Psicologia Comportamental Impacta na Gestão de Pessoas

  • Foto do escritor: Autor: Julia Isabel Silva Nonato
    Autor: Julia Isabel Silva Nonato
  • 13 de ago. de 2024
  • 4 min de leitura

Exploração dos princípios da psicologia comportamental, com foco na análise de como os reforços positivos e negativos, conforme proposto por BF Skinner, são aplicados na gestão de recursos humanos e na melhoria do desempenho organizacional.


A psicologia organizacional é uma disciplina essencial para entender o comportamento dos indivíduos no ambiente de trabalho e como esses comportamentos afetam a eficiência e a harmonia organizacional. Dentro desse campo, a psicologia comportamental oferece uma abordagem inovadora para a gestão de pessoas, focando na análise de comportamentos observáveis ​​e nas condições que os influenciam. A Teoria do Comportamento Organizacional, influenciada por teorias como o Behaviorismo de BF Skinner, tem implicações significativas para a gestão de recursos humanos e para a criação de estratégias eficazes de aplicação e desenvolvimento.

O comportamento organizacional é um campo de estudo que busca entender como as pessoas se comportam dentro das organizações, com base nas interações entre indivíduos, grupos e estruturas organizacionais. A psicologia comportamental, por sua vez, foca em como os estímulos do ambiente influenciam as respostas comportamentais dos indivíduos. Ela se baseia na ideia de que todos os comportamentos são aprendidos a partir de experiências anteriores e que, por meio de reforços e punições, é possível modificar esses comportamentos.

BF Skinner, um dos principais teóricos do Behaviorismo, formulou a ideia de condicionamento operante , que descreve como os comportamentos podem ser influenciados por suas consequências. Segundo Skinner, comportamentos seguidos de reforços tendem a ser repetidos, enquanto aqueles seguidos de punições tendem a ser diminuídos ou extintos. No contexto organizacional, isso significa que as empresas podem usar reforços positivos para aumentar comportamentos desejáveis, como a negligência no trabalho ou a violação de normas, forem observados.

A psicologia comportamental é frequentemente utilizada em organizações para implementar estratégias de gestão de desempenho e de alteração comportamental. Entre as principais aplicações dessa teoria, destaca-se:

  1. Reforço Positivo: O reforço positivo é uma técnica que visa aumentar a frequência de um comportamento voluntário por meio de recompensas. No ambiente de trabalho, isso pode incluir recompensas financeiras, reconhecimentos, promoções ou outros incentivos que reconheçam o bom desempenho. Por exemplo, quando um funcionário atinge uma meta de vendas, ele pode ser recompensado com um bônus ou uma viagem, ou que incentiva não apenas o aumento de desempenho, mas também a satisfação e motivação do colaborador.

  2. Reforço Negativo: O reforço negativo é a remoção de algo negativo para aumentar a frequência de um comportamento desejado. No ambiente organizacional, isso pode envolver, por exemplo, a redução de tarefas indesejáveis ​​ou a redução de prejuízos quando um funcionário se comporta de maneira mais eficiente ou atenta aos padrões da empresa. O reforço negativo, quando bem aplicado, pode ser uma estratégia eficaz para modificar comportamentos específicos ao ambiente de trabalho.

  3. Punição: A proteção, que visa diminuir a probabilidade de um comportamento indesejável ocorrer novamente, também é uma ferramenta presente na psicologia comportamental. No contexto organizacional, as punições podem variar desde advertências formais até demissões. Contudo, é importante que as punições sejam justas e consistentes, para não gerarem sentimentos de injustiça ou desmotivação entre os colaboradores.

  4. Extinção: A extinção é o processo de eliminar um comportamento indesejável ao deixar de reforçá-lo. Em um ambiente organizacional, isso pode significar a redução do reforço dados a comportamentos como a procrastinação ou a falta de comprometimento, com o objetivo de desestimular esses comportamentos ao longo do tempo.

A psicologia comportamental também pode ser aplicada na compreensão do comportamento de grupos dentro das organizações. A teoria dos grupos, que explora como os indivíduos se comportam em grupos, é fundamental para a análise do comportamento organizacional. A interação entre os membros do grupo e os reforços sociais também desempenham um papel significativo na formação de comportamentos coletivos.

De acordo com o condicionamento social , os grupos dentro das organizações podem fortalecer ou punir comportamentos, criando normas e expectativas que influenciam o comportamento dos indivíduos. Quando as normas do grupo são positivas, elas podem melhorar o desempenho, aumentar a coesão e promover a colaboração. No entanto, as normas de grupo negativas podem levar a comportamentos como a conformidade excessiva, o abuso de poder ou a resistência à mudança.

Outro aspecto importante da psicologia comportamental é sua aplicação na formação e no desenvolvimento dos funcionários. O processo de treinamento e aprendizagem nas organizações pode ser otimizado por meio de técnicas comportamentais. As empresas frequentemente utilizam modelos de reforço para motivar os funcionários durante os programas de treinamento, garantindo que os novos comportamentos e habilidades adquiridas sejam praticados e interrompidos ao longo do tempo.

Além disso, a psicologia comportamental pode ser aplicada em programas de feedback para ajudar os funcionários a melhorar seu desempenho. O feedback, quando estruturado de forma adequada, pode funcionar como um reforço que orienta os colaboradores na direção dos comportamentos e metas desejadas.

Embora a psicologia comportamental ofereça diversas vantagens na gestão de pessoas, também existem alguns desafios e limitações em sua aplicação. Um dos principais desafios é o risco de reduzir o comportamento humano a uma simples resposta a estímulos externos, sem considerar os aspectos emocionais, cognitivos e sociais que também influenciam as ações dos indivíduos. Além disso, o uso excessivo de reforços ou punições pode gerar resistência, desmotivação ou um ambiente de trabalho mecanicista.

Outro desafio é a necessidade de personalização das estratégias de mudança de comportamento. O que funciona para um indivíduo pode não funcionar para outro, devido a diferenças em suas necessidades, valores e experiências prévias. Portanto, as estratégias baseadas na psicologia comportamental devem ser adaptadas à realidade e à cultura de cada organização, bem como às características dos colaboradores.


Referências


Skinner, B. F. (1969). Contingencies of reinforcement. Appleton-Century-Crofts.

Skinner, B. F. (1971). Beyond freedom and dignity. Knopf.

Skinner, B. F. (1981). Selection by consequences. Prentice-Hall.

 
 
 

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